Notícias - Biodiversidade

Semana do Alimento Orgânico: Orgânico ou Agroecológico?

Evento sobre alimentação orgânica e agroecológica será realizado nos dias 20 e 21 de maio.

Luiz Pistone (Fórum Itaboraí/Fiocruz)Publicado em 12/05/2022

Nos dias 20 e 21 de maio, sexta-feira e sábado, o Fórum Itaboraí sediará o evento “Semana do Alimento Orgânico: orgânico ou agroecológico”. Composto por atividades como exposições de alimentos e artesanatos, rodas de conversa e oficinas, o evento visa estabelecer diálogos com o público a respeito da importância da produção de alimentos agroecológicos para a promoção da saúde e da segurança alimentar e nutricional.

Resumo da Programação: Atividade permanente (sexta e sábado, de 09h às 16h): Exposição Agroecológica com feira de alimentos agroecológicos e artesanatos.

Dia 20/05 (sexta-feira) MANHÃ

9h - Abertura do Evento

9h15- Plantio de hortaliças e visita às caixas de abelhas

10h30 - Oficina sobre compostagem

Dia 20/05 (sexta-feira) TARDE

13h30 - Oficina sobre compostagem

14h- Plantio de hortaliças e visita às caixas de abelhas

Dia 21/05/2022 (Sábado) MANHÃ

10h30 - Roda de conversa – “O Olho do Consumidor: alimentação saudável”

Dia 21/05/2022 (Sábado) TARDE 14h30 - Oficina de horta suspensa

 
Fotos: Luiz Pistone (Fórum Itaboraí)

Fórum Itaboraí pretende ampliar ações de apoio aos quintais sócios produtivos e às hortas comunitárias e estimular a formação de uma rede colaborativa para a prática de agricultura urbana, com base nos princípios da Agroecologia

Publicado em 22/04/2021

Você planta alguma coisa no seu quintal ou numa horta na sua comunidade?

Com a pandemia de COVID-19, os problemas de subnutrição cresceram e ficaram mais evidentes. Pudemos constatar também maior dificuldade de parte da população para acessar medicamentos, principalmente os de uso continuado. O distanciamento social, que, já sabemos, ajuda a reduzir o contágio pelo coronavírus, é muitas vezes inviável em muitas famílias, principalmente aquelas que vivem em comunidades e periferias das cidades. Ou seja, as dificuldades econômicas, agora reforçadas pela pandemia, aumentaram muito os problemas e dilemas de boa parte da população brasileira, principalmente pela falta de um programa eficaz de auxilio emergencial por parte dos governos, tanto para as famílias quanto para os pequenos comerciantes.

Por isso, a agricultura familiar urbana e nas periferias das cidades surge como uma das principais respostas para a sobrevivência em tempos de pandemia. E não só isso: é também um verdadeiro instrumento de transformação comunitária!

Porque além de encarar de frente a subnutrição, a produção urbana e periurbana de alimentos e de plantas medicinais tem diversos outros benefícios:

* promove uma alimentação mais saudável;

* reduz os custos tanto com a compra de alimentos quanto de medicamentos comerciais (muitas vezes não realmente necessários);

* fortalece os laços familiares;

* ajuda a preservar o meio ambiente;

* permite fortalecer os vínculos de solidariedade comunitária.

O Fórum Itaboraí: Política Ciência e Cultura na Saúde, um programa da presidência da Fiocruz em Petrópolis, vem trabalhando já faz algum tempo em temas e práticas relacionadas à Agricultura Urbana com algumas comunidades petropolitanas. No meio dessa pandemia, está realizando um cadastro para conhecer as práticas agroecológicas em espaços urbanos no município – tanto as que envolvem o cultivo de alimentos como as de plantas medicinais.

Com as informações levantadas neste cadastro, o Fórum Itaboraí pretende ampliar as suas ações de apoio aos quintais sócios produtivos e às hortas comunitárias. Ao mesmo tempo vai estimular a formação de uma rede colaborativa para a prática de agricultura urbana, com base nos princípios da Agroecologia.

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SUA RESPOSTA SERA DE EXTREMA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA URBANA EM PETRÓPOLIS!

 

 

Segundo encontro online promovido pelo Fórum Itaboraí debaterá políticas públicas e legislação para o segmento.

Thaís Ferreira (Fórum Itaboraí / Fiocruz) / Publicado em 26/03/2021

O marco legal e políticas públicas para agricultura urbana serão os temas debatidos no segundo encontro online que integra as Rodas de Conversa - Olhares pela agricultura urbana, no próximo sábado, 27 de março, de 9h30 às 12h. Promovido pelo o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, programa especial da presidência da Fiocruz em Petrópolis, o encontro será transmitido pelo canal da instituição no YouTube

O objetivo das rodas de conversa é proporcionar trocas de experiências no âmbito da agricultura urbana, promovendo o debate sobre saúde, segurança alimentar, organização comunitária e direito à cidade. A iniciativa visa, também, proporcionar condições para ampliação das práticas da agricultura urbana nos territórios de Petrópolis. Dentre os convidados para o encontro deste sábado estão gestores públicos, parlamentares e representantes da sociedade civil, que debaterão sobre legislação para o segmento e iniciativas bem-sucedidas que envolvem a gestão pública para a prática da agroecologia em espaços urbanos.  

Segundo o agrônomo Claudemar Mattos, da equipe do Fórum Itaboraí/Fiocruz-Petrópolis e membro da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), debates como esse têm também a função de ampliar as perspectivas e os campos de articulação de pessoas interessadas em desenvolver quintais produtivos e hortas comunitárias.  “Além do apoio da Fiocruz e de outras instituições da sociedade civil engajadas em agricultura urbana, as pessoas começam a vislumbrar que podem contar também com um aparato legal e público para apoiar as iniciativas de cultivo nos espaços urbanos”, destaca o agrônomo, ressaltando, ainda, a oportunidade de desdobramentos. “Com o olhar de política pública, essa agricultura urbana que já vem ganhando espaço nos territórios fortalecendo a segurança alimentar, as práticas comunitárias e o estímulo da lida com a terra, proporcionando melhor conhecimento sobre os alimentos e as plantas medicinais, pode se desdobrar em outras ações com impacto positivo. Refiro-me à contenção de encostas, ocupação de terrenos baldios, implantação e aprimoramento da gestão de resíduos comunitários, feiras nos bairros, suprimento de alimentos para pequenas organizações comunitárias, entre outras. E, no médio e longo prazos, pode, também, oportunizar a geração de renda, tanto a direta como a que a gente chama de não monetária, quando envolve o autoconsumo”, explica Claudemar. 

O Fórum Itaboraí vem trabalhando em articulação com 10 comunidades petropolitanas, tanto para trocas de conhecimento técnico em agricultura urbana – incluindo o cultivo propriamente e a gestão de resíduos orgânicos – quanto para o fortalecimento de laços comunitários, para o incremento da segurança nutricional e para a redução da vulnerabilidade socioambiental dos moradores dos territórios envolvidos. “Na vila Frei Davi, na comunidade do Amazonas, por exemplo, esta experiência já aponta para mais de três toneladas de resíduos domésticos que deixaram de ir para o aterro sanitário, porque foram compostados pelos moradores”, celebra Claudemar. 

Na roda de conversa estarão: Daniela Adil, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte; Bernadete Montesano, da Rede Carioca de Agricultura Urbana; Flávio Serafini – Deputado Estadual Representante da Frente Parlamentar em Defesa da Agroecologia do Estado do Rio de Janeiro; e Maurinho Branco – Vereador de Petrópolis, proponente da Lei Municipal 8049/2020. 

 

 

Encontro online visa proporcionar trocas de experiências entre iniciativas de agricultura urbana, facilitar a atuação em redes e promover o debate da saúde e da segurança alimentar

Thaís Ferreira (Fórum Itaboraí / Fiocruz)

Na próxima quarta-feira, 4 de novembro, o Fórum Itaboraí realizará a roda de conversa Olhares pela agricultura urbana: Avanços e Entraves para a promoção da Saúde e da segurança alimentar” e reunirá tanto convidados que já militam pelos princípios e práticas da agroecologia no Brasil quanto representantes de comunidades petropolitanas que, com apoio do Fórum Itaboraí e em articulação em seus territórios, estão transformando olhares e práticas comunitários a partir da abordagem da agroecologia. 

A iniciativa integra os esforços da Rede Fiocruz de Agroecologia Urbana, formada pelo Campus Fiocruz Mata Atlântica, a Escola Politécnica Joaquim Venâncio e também o Fórum Itaboraí. Segundo o agrônomo Claudemar Mattos, da equipe da Fiocruz-Petrópolis e membro da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), “o tema da agroecologia é de interesse da sociedade porque envolve princípios de uma sociedade mais justa e mais equitativa, além dos princípios técnicos, pelo cultivo de alimentos sem agrotóxicos e sem adubos químicos e, portanto, mais saudáveis e sustentáveis”. Ainda, segundo o agrônomo, “esta prática comunitária, feita na cidade, pode resgatar e aproximar a relação campo-cidade e contribuir com a segurança alimentar e com a saúde não apenas do indivíduo que cultiva, mas da família, da comunidade, do município”. 

De acordo com Claudemar, o desenho e dinâmica concebidos para estas rodas de conversa visam promover trocas de saberes e experiências para ampliar e fortalecer a promoção da saúde, a segurança alimentar e a organização comunitária, por meio do incentivo e apoio às práticas de agricultura urbana e gestão dos resíduos sólidos. “Queremos conhecer sobre a experiência de outros territórios e pessoas que militam pela agricultura urbana com base na agroecologia, entender que obstáculos e conquistas os acompanham. E, por outro lado, ouvir das comunidades de Petrópolis como isso vem acontecendo em seus territórios. Acreditamos que estes elementos que chegarão à roda, além de promoverem a reflexão e a discussão coletiva, também podem dar referências e fortalecer as comunidades petropolitanas e, sobretudo, a prática em rede”, conclui o agrônomo.

Em Petrópolis, desde fevereiro de 2020, o Fórum Itaboraí trabalha em articulação com 11 comunidades (em cinco delas, com apoio do CNPq) tanto para trocas de conhecimento técnico em agricultura urbana – incluindo o cultivo propriamente e a gestão de resíduos orgânicos – quanto para o fortalecimento de laços comunitários, para o incremento da segurança nutricional e para a redução da vulnerabilidade socioambiental dos moradores dos territórios envolvidos. “Na vila Frei Davi, na comunidade do Amazonas, por exemplo, esta experiência já aponta para cerca de uma tonelada de resíduos domésticos que deixou de ir para o aterro sanitário, porque foram compostados pelos moradores”, conta Claudemar.

Na roda de conversa estarão: Bernadete Montesano, da Rede Carioca de Agricultura Urbana; Aline Kinast, do Coletivo Roots Ativa e Articulação Embaúba, de Belo Horizonte-MG; Robson Patrocínio, do Campus Fiocruz Mata Atlântica; Dalva Oliveira, da comunidade Amazonas; e Vagner Teixeira, da comunidade da Glória, ambos de Petrópolis, sob a mediação de Claudemar Mattos. O encontro será transmitido pelo canal do Fórum Itaboraí no Youtube, às 18h (https://youtu.be/i_DI2NarLpg).

 

Práticas agroecológicas apoiadas pelo Fórum Itaboraí ajudam a transformar comunidades durante o isolamento social

As práticas agroecológicas com comunidades petropolitanas, promovidas pelo Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, tomou um novo formato desde o início do isolamento social causado pela pandemia da Covid-19: unindo criatividade, comunicação, tecnologia, integração, trocas de saberes e muito entusiasmo, quintais e pequenos espaços comunitários, por vezes abandonados, estão se transformando, ganhando vida, cores, aromas e novos sabores.  

Tudo começou com os Encontros de Formação e Interação de Saberes em Agricultura Urbana, que vinham acontecendo na comunidade do Amazonas, no Quitandinha, desde fevereiro de 2020. Eram 30 participantes, moradores não apenas do Amazonas, mas também dos bairros da Glória, Meio da Serra, Pedras Brancas, Posse e Retiro, que se reuniam uma vez na semana para, de um lado, ampliar conhecimento em agricultura urbana,aprendendo sobre técnicas de cultivo e gestão de resíduos orgânicos, como os restos da cozinha e da varrição de folhas e aparas de grama, e, de outro, fortalecer laços comunitários, aumentar a segurança nutricional e contribuir com a redução da vulnerabilidade socioambiental dos moradores e destes territórios.  

Segundo o agrônomo Claudemar Mattos, da equipe do Fórum Itaboraí e um dos responsáveis pelo ciclo de encontros, essa experiência tinha um caráter “piloto”, ou seja, onde a metodologia seria testada e, se necessário, ajustada para a replicação do curso para os outros sete bairros de Petrópolis em que o Fórum Itaboraí atua com práticas de gestão local participativa e intersetorial em saúde. “Foi quando veio o isolamento social e nos vimos no desafio de dar continuidade a estas práticas agroecológicas. Já tínhamos um grupo de whatsapp e foi por ele que mantivemos nossas conversas e prosas, ainda muito sem saber como essa forma de comunicação e trocas de conhecimentos poderia funcionar e quanto tempo este distanciamento poderia durar”, relembra o agrônomo.  

Aos poucos, a equipe do Fórum Itaboraí envolvida no ciclo de encontros foi testando e experimentando formas de abordar os conteúdos – antes previstos para os encontros presenciais – agora, neste novo ambiente mediado pela tecnologia, com informações técnicas e dicas sobre horta, alimentação, plantas medicinais, composteira e plantas alimentícias não convencionais – PANC. “Mas as práticas agroecológicas vão além das técnicas de cultivo. A partir da lida com a terra e daquilo que ela nos provê, a agroecologia toca em questões fundamentais como soberania, solidariedade econômica e social, trabalho comunitário e participação social, alimentos livres de agrotóxicos e o direito a uma alimentação saudável, gestão de resíduos, consciência ambiental e saúde, que são temáticas que trabalhamos transversalmente com este grupo”, explica Claudemar. 

Enquanto o isolamento social impossibilitou a realização dos encontros presenciais, o ambiente desterritorializado do whatsapp permitiu a inclusão e interação com mais pessoas interessadas, moradoras de outras comunidades de Petrópolis, e hoje o grupo de trocas de saberes em agricultura urbana conta com representantes de 11 localidades diferentes do município. Um deles é Vagner Teixeira, morador do bairro da Glória, em Corrêas, que já está colhendo e compartilhando com vizinhos um uma cesta de hortaliças que estão brotando da horta que ele começou a cultivar no terreno da casa da mãe, desde que vem participando dos encontros de agricultura urbana. “Eu lidava com jardinagem, mas nunca tinha mexido com horta, não sabia como fazer. Nestes encontros fui aprendendo como preparar a terra, como plantar a muda, a forma de regar, sobre ervas medicinais, como armazenar o grão na garrafa pet, como operar uma composteira. Mesmo pelo whatsapp eu interajo. Eles colocam os conteúdos e eu vou me aprimorando e tirando minhas dúvidas e aprendendo também com as dúvidas dos outros”, conta Vagner, que recebeu mudas e a estrutura da composteira do Fórum Itaboraí/Fiocruz para iniciar o projeto comunitário. 

“Hoje nossa composteira já conta com os restos de alimentos da cozinha da minha casa e de mais cinco vizinhos e já estamos usando este adubo pra horta. Aqui é nosso local de prática, enquanto esperamos as definições da Associação de Moradores para levar a horta para a parte de trás do campo de esporte, perto do colégio [E.M. Marieta Gonçalves]. E já estão aparecendo pessoas interessadas em integrar o projeto, porque estão vendo os benefícios. Imagina poder chegar no final de semana e ter um legume, uma verdura saudável para poder comer e saber que você participou daquilo? Tenho certeza de que a horta comunitária pode unir mais a comunidade”, anseia Vagner, que faz questão de enumerar o que já tem na horta:alface, agrião, beterraba, chicória, couve, salsa, cebolinha, sabugueiro, guaco, hortelã e capim limão. 

Do outro lado da cidade, no Amazonas, uma história similar também já pode ser contada pelos moradores da Vila Frei Davi, onde vivem 56 famílias. Na localidade já existia uma pequena horta comunitária, que foi incrementada com a participação, principalmente, das mulheres nos encontros de agricultura urbana. “Eu me envolvi porque o Serginho me convidou. Gosto muito de plantas. Minha mãe me ensinava muito sobre plantas medicinais e era só isso que conhecia. Me animei com os encontros, para poder conhecer mais e agora mexo com a terra todos os dias. Achava que alimentos sem agrotóxico era só pra rico. Mas vejo que podemos ter em casa, em pequenos espaços, em qualquer pedacinho de lugar. Estou completamente apaixonada por horta e isso mudou muito a minha vida”, conta, animada, Dalva Oliveira, 63 anos, aposentada e moradora da Vila. Além dos alimentos em si, Dalva destaca outros dois grandes ganhos do trabalho com a horta para a comunidade: “Uma das coisas boas é que o condomínio todo está ajudando a juntar restos alimentos, que colocamos na composteira. Até o mercadinho do bairro contribui. Já não jogamos mais nada desse tipo de resíduo na lixeira e, além de adubo para a horta, temos muito menos sujeira e ratos na lixeira da vila. Outra coisa é que, com as plantas medicinais que temos plantado, mais gente do bairro tá vindo aqui procurar os remédios naturais. Assim, vamos em uma rede de solidariedade, ajudando uns aos outros. A gente não se encharca tanto de remédios e nem de agrotóxicos. E já estamos pensando onde plantar as frutíferas”, celebra a moradora. 

Para Sérgio Monteiro, coordenador do Programa de Biodiversidade e Saúde do Fórum Itaboraí, apesar do isolamento social, estes encontros, ainda que mediados por tecnologia e tendo formatos em contínua experimentação, têm revelado que é possível contribuir com a construção de uma cadeia de práticas e de significados para a promoção da saúde dentro e entre distintas comunidades de Petrópolis. “As pessoas vão tomando consciência da qualidade do ambiente em que vivem e demonstram que são capazes de colocar em prática, transformar locais e hábitos que vão favorecer a vida delas e que elas próprias têm razões para valorizar. E uma influencia a outra, seja um vizinho, seja alguém de outro território, mas que está ali conectado pelo mesmo propósito”, conclui Monteiro.

 

Dalva Oliveira, moradora do Amazonas.

Publicação do Fórum Itaboraí inclui receitas culinárias e informações nutricionais sobre plantas alimentícias não convencionais

Já está disponível para consulta e download gratuito (http://www.forumitaborai.fiocruz.br/sites/default/files/Cadernos%20PANCs%20FINAL.pdf) a nova publicação do Fórum Itaboraí. O “Guia de Plantas Alimentícias não Convencionais - PANC” reúne informações científicas, técnicas e nutricionais de 21 espécies de PANC, plantas comestíveis encontradas em Petrópolis e na Região Serrana do Rio de Janeiro. A matéria também traz curiosidades, termos culinários, dicas de como higienizar os vegetais, receitas e fotos, tanto das plantas em seus hábitats naturais, como delas no prato.

Segundo o Diretor do Fórum Itaboraí, Felix Rosenberg, esta publicação tem o propósito de disseminar conhecimentos relacionados ao plantio e ao consumo dessas plantas, que hoje estão sendo redescobertas e exploradas em novas opções de cardápios e valorizadas no seu uso e valores nutricionais. “No Brasil, em seus diferentes biomas, temos uma biodiversidade magnífica, que pode ser melhor explorada contribuindo para a complementação alimentar, para a diversificação dos cardápios e redução dos custos dos alimentos, na busca de uma alimentação cada vez mais saudável e mais acessível. Com o tempo, a produção familiar do seu próprio alimento sucumbiu à produção de mercado e fomos nos esquecendo destas plantas que dão espontaneamente e das quais podemos nos nutrir”, explica Rosenberg. “Sem contar que o patrimônio culinário expresso nos pratos, nas receitas tradicionais, faz parte da memória afetiva, do registro, da transmissão oral de nossa herança cultural. Então, acreditamos que nos ambientes urbanos é possível cultivar pequenas hortas e canteiros com PANC e conciliar os hábitos contemporâneos às nossas origens, resgatando nossa história alimentar, contribuindo com conservação da sociobiodiversidade e obtendo alimentos diversificados, saudáveis, de menor custo e surpreendendo com novas cores e sabores”, conclui o Diretor.

Sobre as PANC

O termo PANC, atribuído a Plantas Alimentícias Não Convencionais, foi cunhado e começou a ser usado e divulgado em 2008 pelo Biólogo e Professor do Instituto Federal do Amazonas, Valdely Ferreira Kinupp. Refere-se a todas as plantas que possuem uma ou mais partes comestíveis, sendo elas espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas que não estão incluídas em nosso cardápio cotidiano. Por esta razão, uma mesma planta pode ser considerada convencional em uma região, porém não convencional em outra. E caso seu uso seja resgatado ou propagado, tal planta pode vir a ser convencional, passando a ser reconhecida, produzida, comercializada, fazendo parte do dia a dia alimentar de dada população. Kinupp destaca que entre 10 a 20% da flora mundial tem potencial alimentício. Dentre as PANC que podem ser encontradas em Petrópolis e na Região Serrana do Rio de Janeiro estão, por exemplo, o peixinho e a ora-pro-nobis, além de partes comestíveis e não frequentemente consumidas de plantas convencionais, como as folhas e talos da cenoura, beterraba, couve-flor, abóbora, batata-doce, entre outras.

Adilson Oliveira é nutricionista e faz parte da equipe do Programa de Biodiversidade e Saúde do Fórum Itaboraí. Entusiasta e envolvido com os trabalhos que resultaram nesta publicação, ele esclarece que uma mesma planta pode ser considerada convencional em uma região e não convencional em outra, e que, com o tempo, conforme seu uso seja resgatado ou propagado, ela passará a ser convencional, sendo reconhecida, produzida, comercializada e fazendo parte do dia a dia alimentar dessa população. Também são PANC as partes comestíveis e não frequentemente consumidas de plantas convencionais, como as folhas e talos de: cenoura, beterraba, couve-flor, abóbora, batata-doce, entre outras. Ele acrescenta que estas plantas não têm sido produzidas por falta de conhecimento dos agricultores ou porque elas foram “esquecidas” pelo mercado. “O cultivo destas plantas também apresenta vantagens em relação aos cultivos tradicionais, pois as PANC são mais resistentes a pragas e se integram melhor com a fauna e a flora nativa. Muitas delas também possuem potencial para complementação da renda familiar. Em síntese, as PANC são a própria essência do conceito de agroecologia”, explica Adilson. “Seja na forma do alimento propriamente dito, ou como substâncias condimentares ou aromáticas, substitutas de sal, edulcorantes, amaciantes de carnes e corantes, as PANC podem ser inseridas na alimentação cotidiana, com ganhos nutricionais e baixo custo”, complementa o nutricionista.

 

Palácio Itaboraí promove evento sobre a alimentação livre de agrotóxico

Programação integra a Semana dos Orgânicos, que acontece em todo o país

Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, integrará a Semana Nacional do Alimento Orgânico, com atividades gratuitas e abertas ao público no dia 31 de maio, de 8h às 16h, no Palácio Itaboraí, sede do Fórum. Na programação estão uma feira de exposição e venda de produtos orgânicos e agroecológicos e a exibição de filme, seguida de debate, sobre a promoção da alimentação livre de agrotóxico.

 

Semana dos Orgânicos

Realizada anualmente na última semana de maio, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a campanha nacional do “Produto Orgânico – melhor para a vida” está em sua 15ª. edição e, em 2019, traz como tema “Qualidade e saúde: do plantio ao prato”. De acordo com informações do próprio Ministério, um dos principais objetivos da campanha é informar o consumidor como reconhecer o produto orgânico nos locais de comercialização e estimular que ele participe como agente no controle da qualidade orgânica, melhorando a relação de confiança com os produtores. A agenda também pretende trazer à luz princípios agroecológicos que viabilizam a produção de alimentos e outros produtos de uso do ser humano de forma mais harmônica com a natureza, valorizando a biodiversidade, contribuindo com a saúde de todas as partes envolvidas e promovendo a justiça social nos diversos segmentos da cadeia produtiva.

 

Na feira, produtores de Petrópolis, especificamente do Brejal, Caxambu e Secretário, estarão expondo e vendendo seus produtos orgânicos e agroecológicos a preços acessíveis, durante todo o dia. Nela, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também montará um ponto de informações aos visitantes e consumidores sobre alimentação livre de agrotóxico. Além da feira, o Fórum Itaboraí exibirá, no mesmo dia, em quatro sessões, o documentário “O veneno está na mesa 2”, que amplia o debate sobre o uso de agrotóxicos no Brasil e as alternativas saudáveis de produção de alimentos. Sob a direção do cineasta Silvio Tendler, o filme atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública. Apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. Das quatro sessões, duas delas, às 9h e 14h, são exclusivas aos alunos das escolas Gunnar Vingren e Terra Santa, unidades públicas escolares vizinhas ao Fórum Itaboraí. Já as sessões das 10h e das 13h serão abertas ao público. Todas as sessões serão seguidas de debates sobre agrotóxicos. A classificação indicativa do filme é livre.

 

Fórum Itaboraí promove visita de campo ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Atividade reuniu agricultores e profissionais da saúde pública de Petrópolis

O Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, promoveu, no último dia 27 de fevereiro, uma capacitação técnica de campo no Arboreto do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro, reunindo cerca de 50 pessoas, entre agricultores do Quilombo da Tapera, do Rocio, do Caxambu e do Vale do Jacó, além de médicos, agentes de saúde e farmacêuticas que atuam na rede pública de saúde de Petrópolis. Participaram, também, profissionais autônomos que trabalham com plantas medicinais e atuam como mediadores para o desenvolvimento local em algumas comunidades do município.

 

 

 

 

 

A iniciativa é parte do Programa de Biodiversidade e Saúde do Fórum Itaboraí, que inclui, entre outras, o Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais (em parceria com a Secretaria de Saúde de Petrópolis) e ações de fortalecimento da agricultura familiar.

“Muitas pessoas conhecem, já visitaram ou ouviram falar sobre jardins botânicos, mas comumente pensam que se trata apenas de um parque. Nosso objetivo com esta capacitação técnica de campo foi, de um lado, propiciar um aprendizado a partir da observação e revelar o quão rico e relevante é o trabalho de pesquisa que envolve a diversidade vegetal; de outro, promover a interação social e técnica entre os participantes, criando conexões e intercâmbio entre agricultores, profissionais de saúde e outros atores, com vistas a fomentar oportunidades de parceria, trocas de conhecimento, trabalho e geração de renda”, explica Sergio Monteiro, coordenador do Programa de Biodiversidade e Saúde do Fórum Itaboraí.

 

A visita técnica teve início no setor de plantas medicinais, com a palestra da bióloga e pesquisadora Yara de Britto, do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, trazendo informações e reflexões sobre os papéis simbólico, social e científico de um jardim botânico, além de abordar temas como plantas medicinais, saberes tradicionais e pesquisa científica. A palestra foi seguida de uma visita à coleção temática do setor, que atualmente conta com 150 espécies, entre plantas medicinais, ervas e arbustos, organizadas por temas e distribuídas em um espaço de dois mil m2. No acervo, há espécies de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS) e outras com uso tradicional corroborado por pesquisas científicas.

 

O grupo também percorreu o arboreto do Jardim Botânico, propriamente, realizando uma visita guiada com atenção especial a algumas espécies nativas e também a coleções vivas, como o cactário, o orquidário e o bromeliário. E, para a surpresa dos participantes, o encontro contemplou, ainda, uma visita técnica ao herbário - que é uma coleção de plantas secas catalogadas, ou seja, que reúne informações confiáveis e oficiais sobre o reino das plantas para fins de pesquisas científicas – e ao Banco Ativo de Germoplasma ex-situ, um banco onde são conservadas sementes nativas de espécies ameaçadas de extinção, de espécies endêmicas (ou seja, exclusivas de uma região geográfica), de espécies usadas para recuperar áreas degradadas e também de espécies de uso etnobotânico (interação entre as sociedades humanas e as plantas), entre elas algumas de uso medicinal. “Eu fiquei encantada e feliz ao saber que há reservas de sementes para regeneração de áreas de florestas nativas destruídas por queimadas, por exemplo. Não tinha ideia de que havia gente trabalhando nisso”, conta Sueli Vieira, agente comunitária de saúde da Estrada da Saudade. “Esta visita ampliou muito meu conhecimento e meu horizonte sobre as plantas e vai nos ajudar muito no posto de saúde do bairro, onde estamos montando a nossa horta para prescrição no próprio posto”, complementa Sueli, que participou da visita técnica com outros colegas agentes comunitários de saúde da mesma área de atuação.

 

Maria Eugênia Duarte é agricultora do Caxambu e tem se dedicado ao plantio de alimentos orgânicos e de plantas medicinais, estas últimas com produção voltada para a dispensação para os postos de saúde de Petrópolis, no âmbito do Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais. Ela fez parte do grupo que esteve nesta capacitação técnica de campo. “Eu já conhecia o Jardim Botânico do Rio, mas, das vezes que estive lá, meu olhar sempre foi de apreciar. Dessa vez, eu tive a oportunidade de conhecer mais tecnicamente e profundamente as plantas. Pra mim, a visita foi como um livro aberto, porque às vezes se aprende mais ouvindo e vendo do que estudando diretamente. Eu pude observar sobre a forma de cuidar de algumas plantas medicinais, aprendi sobre germinação de sementes e como as pesquisas são essenciais. Voltei com outros olhos”, relata a agricultora, que é também pedagoga aposentada.

Já para Teresa Cristina Correia, rezadeira do Quilombo da Tapera, que fica no Vale do Cuiabá, em Itaipava, essa foi a primeira vez que esteve em um jardim botânico. “Achei tudo muito bom. Conheci gente nova e coisas que eu não tinha ideia que existiam. Mas gostei mesmo da primeira parte, que tem as hortinhas com remédios. Eu encontrei algumas plantas que a gente tem lá no Quilombo, mas eu não sabia que era remédio. Isso tudo faz a gente aumentar nossa sabedoria sobre as plantas e ajuda pra que cuidemos melhor da nossa gente lá no Quilombo”, conta, animada, dona Teresa.

Dr. Pedro Paulo Lemos, médico do posto de saúde de Vila Felipe, também participou da visita técnica, com um jovem estudante de medicina, que estagia no posto, e duas agentes de saúde do bairro. Para ele, a oportunidade de visitar o Jardim Botânico com um olhar voltado ao aprendizado técnico é uma excelente experiência para quem atua no campo da saúde. “Eu fui formado como médico alopata e não conhecemos quase nada sobre as plantas medicinais, que muitas vezes, funcionam tão bem quanto os remédios de farmácia. Mas só podemos prescrever o que conhecemos e uma visita como essa nos leva a aprender mais sobre uma área que os médicos não têm muito acesso”, avalia Dr. Pedro. “Lá no bairro, a equipe do posto utiliza bastante as ervas medicinais, principalmente aquelas que os moradores têm plantadas em casa. O paciente tem que mudar a percepção, parar de ir ao posto só para receber a prescrição do remédio alopata que ele já conhece e que passa a dor, mas que muitas vezes volta a doer. Precisamos cuidar da saúde das pessoas de outra forma, com mais envolvimento. Mais profissionais de saúde precisam ampliar seus conhecimentos nesta área e quanto mais pessoas da comunidade puderem também conhecer as plantas e seus efeitos, melhor será”, conclui o médico.

 

 

 

 

 

 

 

Agricultores orgânicos do Caxambu entregam primeiros lotes de matéria prima vegetal para prescrição à população

Agricultores orgânicos do Caxambu, que fazem parte do Arranjo Produtivo Local – APL de Plantas Medicinais de Petrópolis 2012, entregaram ao Dr. Candinho e equipe do Posto de Saúde do Caxambu os primeiros lotes de matéria prima vegetal para prescrição à população, tendo mais uma opção no tratamento de doenças e na promoção da saúde do petropolitano que utiliza o SUS. O APL 2012 é uma experiência integrada e sustentável de desenvolvimento local, fruto de uma cooperação entre a Prefeitura Municipal de Petrópolis e o Fórum Itaboraí/ Fiocruz - Petrópolis.

 

Caxambu tem seus primeiro agricultores com certificação orgânica

Os agricultores Maria Eugênia e Betinho, do Caxambu, acabam de receber a certificação de produtores orgânicos, concedido pela Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro - Abio, com o apoio do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis. O casal de agricultores integra o Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais – APL Petrópolis 2012, coordenado pelo Fórum Itaboraí em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis, cujo objetivo é fortalecer e disseminar as práticas de uso das plantas medicinais para promoção da saúde e do bem-estar da população, por meio de ações integradas e sustentáveis que envolvem agricultores, pesquisadores e profissionais da área de saúde.
 
“Para participar do Projeto APL Petrópolis e cultivar as plantas medicinais a serem utilizadas nos postos de saúde, o agricultor precisa ser orgânico. E, por esta razão, apoiamos a transição da Maria Eugênia e do Betinho do sistema convencional de produção agrícola para o orgânico”, comemora Sergio Monteiro, biólogo, responsável pelo setor de Plantas Medicinais do Fórum Itaboraí e coordenador, pelo Fórum, do APL 2012. “Eles são pioneiros no Caxambu no cultivo orgânico, um local tradicionalmente conhecido pelo uso de agrotóxicos na produção de hortaliças. Além de estarem entre os agricultores que vão produzir plantas medicinais para o cuidado na saúde da população também já estão fornecendo hortaliças para restaurantes. A experiência deles certamente servirá de inspiração para outros agricultores da localidade, mostrando que é possível produzir alimentos mais saudáveis, com menor impacto para o agricultor e para o meio ambiente e gerando renda”, complementa Sergio.
 
Maria Eugênia Ferreira da Silva é professora aposentada e Carlos Alberto Ferreira da Silva, servidor público aposentado. Suas famílias são originárias do Caxambu e os pais e avós de Betinho eram agricultores. Até pouco tempo, o casal plantava para o consumo próprio, quando resolveu conhecer mais sobre o sistema de produção orgânica e decidiu entrar para este mercado. “Esse sistema é mais saudável para nós, para o solo, para o meio ambiente e para o planeta Terra. O agrotóxico é um veneno, acaba com a terra, que não produz com consistência e sabor e fica esfarelenta. Pessoal quer sugar da terra com rapidez, para colocar dinheiro rápido no bolso. Mas as terras aqui não estão dando mais, de tão doentes que ficaram. E quando vem chuva forte leva tudo, porque o solo não segura”, avalia Maria Eugênia. “Temos terra disponível e queremos nos alimentar bem e que outras pessoas também se alimentem com saúde. E agora isso virou fonte de renda pra nós. Muita gente fica com medo de mudar do convencional para o orgânico. Mas é possível. Queremos que essa moda pegue”, conclui a agricultora.
 

Médicos de Postos de Saúde em Petrópolis passarão a prescrever também plantas medicinais no tratamento da população

A última sexta-feira (28/09/18) marcou a entrega dos primeiros lotes de plantas medicinais, com certificação orgânica, para prescrição nos Postos de Saúde de Petrópolis. O evento reuniu representantes da Secretaria Municipal de Saúde - SMS do município e do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde – Fiocruz/Petrópolis, parceiros envolvidos no Arranjo Produtivo Local – APL de Plantas Medicinais de Petrópolis 2012, projeto que permitiu que estas plantas chegassem gratuitamente à população com segurança, por meio do Sistema Único de Saúde - SUS.

Estes lotes, compostos de capim limão e alumã, serão utilizado nos postos de Saúde do Bataillard, Caxambu e nas Academias de Saúde do município. O objetivo é que os médicos comecem a prescrever as plantas medicinais, tendo mais uma opção no tratamento de doenças e na promoção da saúde do petropolitano que utiliza o SUS. Para Fabíola Heck, Secretária Municipal de Saúde de Petrópolis, esta é uma mudança cultural que precisa acontecer. “Precisamos divulgar o uso das plantas medicinais como alternativa de tratamento para população. E assim, embaladas, etiquetadas e com a garantia de procedência, facilita muito para que possamos trabalhar com segurança e em escala junto aos pacientes das unidades de saúde”, avalia Fabíola.  “Ter essas plantas em nossas mãos é uma grande vitória e uma grande oportunidade, pois quem conhece as plantas medicinais sabe o poder que elas têm, e será um grande benefício para as pessoas que farão uso delas”, complementa Roseane Borsato, Farmacêutica do Núcleo de Assistência da SMS.

Sergio Monteiro é biólogo e coordenador, pelo Fórum Itaboraí, do APL de Plantas Medicinais e comemora o atual momento. “A dispensação da matéria prima vegetal às unidades do SUS em Petrópolis representa em si uma grande conquista, que é dar acesso à população a plantas que ajudarão a promover a saúde. Esse exemplo certamente estimula novas iniciativas e fortalece a inclusão das plantas medicinais na saúde pública. Mas este momento representa, também, o cumprimento da última meta do nosso APL, guardando, em cada pacote entregue, todo trabalho em rede realizado ao longo destes anos, um arranjo produtivo local, do qual participam pesquisadores, agricultores, a profissionais da área de saúde. Por fim, toda esta proposta valoriza nosso território e nossa biodiversidade, uma vez que as áreas produtivas destas plantas medicinais se tornaram naturais, com a implantação de sistemas agroecológicos de cultivos orgânicos”, explica o biólogo.

Veja algumas reportagens que a mídia petropolitana produziu sobre essa notícia: Inter Tv e Rede 10

Sobre o APL de Plantas Medicinais de Petrópolis 2012

O APL de Plantas Medicinais começou em 2012, quando o Fórum Itaboraí, em parceria com a Prefeitura Municipal de Petrópolis, submeteu proposta que foi selecionada no primeiro edital de projetos de Arranjos Produtivos Locais (APLs) voltados à produção de insumos de origem vegetal, considerando a agricultura familiar e o conhecimento tradicional e científico, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde. O projeto é, assim, uma iniciativa para o fortalecimento e disseminação das práticas de uso das plantas medicinais para promoção da saúde e do bem-estar da população. E o que faz dela uma experiência integrada e sustentável de desenvolvimento local são: a rede de atores envolvidos e o bem desenhado sistema operacional, que parte da exploração sustentável de recursos naturais, envolvendo pequenos agricultores locais, capacitados; passa pela certificação científica, com a chancela de pesquisadores da Fiocruz; e culmina em políticas públicas para o setor, com a dispensação, inicialmente gratuita, das plantas medicinais para uso no SUS Municipal.

Cabe ressaltar, ainda, que as plantas medicinais, de forma integrada com o APL, fazem parte de outra iniciativa do Fórum: o Arboreto do Palácio Itaboraí, uma trilha urbana de 808 metros, com um acervo de mais de 300 espécieis de plantas vivas e identificadas, sendo a maior parte delas medicinais, localizada na sede da Fiocruz em Petrópolis, no bairro Valparaíso. É aberta ao público de 8h às 17h, de segunda a sábado, e visitas guiadas por monitora podem ser realizadas mediante agendamento (www.servicos.gov.br/servico/visitar-o-palacio-itaborai?campaign=destaque ou www.forumitaborai.fiocruz.br/formulariosdeservicos).

Astronomia e Calendário Agrícola Biodinâmico", com Mário Barbarioli

Doze agricultores do Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais, liderado pelo Fórum Itaboraí/ Fiocruz - Petrópolis, participaram, nos dias 16 e 17 de agosto, no Palácio Itaboraí e em um sítio no Rocio, do workshop "Astronomia e Calendário Agrícola Biodinâmico", com Mário Barbarioli. Com conteúdos teóricos e práticos, o objetivo foi ampliar o conhecimento e ferramentas dos agricultores para práticas de cultivo mais sustentáveis, mesclando conhecimentos químicos, geológicos e astronômicos e resgatando princípios da agricultura que têm relação com os ciclos e movimentos da natureza. Confira um vídeo de Mário Barbariole falando um pouco sobre a importância da agricultura biodinâmica.

 

Treinamento de Práticas Agroecologicas de Produção - Caldas e defensivos alternativos.

O Fórum Itaboraí/Fiocruz Petrópolis, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar e o Sindicato Rural de Petrópolis, realizaram nos dias 26 e 27 de junho, o treinamento de Práticas Agroecológicas de Produção, no Caxambu. Dele participaram agricultores petropolitanos que integram o Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais e o projeto de Fortalecimento da Produção Orgânica na Região Serrana, além de mediadores e facilitadores comunitários. O objetivo deste e de outros treinamentos que virão é qualificar pequenos agricultores, bem como instrumentalizar agentes comunitários que apóiam e facilitam iniciativas que envolvem a lida com a terra.

 

 

 

 

 

Evento "O Caminho para uma Alimentação Saudável" destaca a importância das plantas na promoção da Saúde

O Fórum Itaboraí, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis, participou do evento "O Caminho para uma Alimentação Saudável", realizado na Praça Dom Pedro no dia 05/04. O foco da atividade foi destacar a importância das plantas na promoção da Saúde, principalmente daquelas com potencial medicinal e nutricional. A ação também foi marcada pela doação de mais de 200 mudas de diversas espécies e pela divulgação de receitas com algumas ”Plantas Alimentícias Não Convencionais/PANCs”, vegetais que não são produzidos em larga escala e que não são utilizados como alimento pela maior parte da população, ficando restrito à algumas regiões específicas.

 

O marco legal e políticas públicas para agricultura urbana serão os temas debatidos no segundo encontro online que integra as Rodas de Conversa - Olhares pela agricultura urbana, no próximo sábado, 27 de março, de 9h30 às 12h. Promovido pelo o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, programa especial da presidência da Fiocruz em Petrópolis, o encontro será transmitido pelo canal da instituição no YouTube. O objetivo das rodas de conversa é proporcionar trocas de experiências no âmbito da agricultura urbana, promovendo o debate sobre saúde, segurança alimentar, organização comunitária e direito à cidade. A iniciativa visa, também, proporcionar condições para ampliação das práticas da agricultura urbana nos territórios de Petrópolis. Dentre os convidados para o encontro deste sábado estão gestores públicos, parlamentares e representantes da sociedade civil, que debaterão sobre legislação para o segmento e iniciativas bem-sucedidas que envolvem a gestão pública para a prática da agroecologia em espaços urbanos. Segundo o agrônomo Claudemar Mattos, da equipe do Fórum Itaboraí/Fiocruz-Petrópolis e membro da Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro (AARJ), debates como esse têm também a função de ampliar as perspectivas e os campos de articulação de pessoas interessadas em desenvolver quintais produtivos e hortas comunitárias.  “Além do apoio da Fiocruz e de outras instituições da sociedade civil engajadas em agricultura urbana, as pessoas começam a vislumbrar que podem contar também com um aparato legal e público para apoiar as iniciativas de cultivo nos espaços urbanos”, destaca o agrônomo, ressaltando, ainda, a oportunidade de desdobramentos. “Com o olhar de política pública, essa agricultura urbana que já vem ganhando espaço nos territórios fortalecendo a segurança alimentar, as práticas comunitárias e o estímulo da lida com a terra, proporcionando melhor conhecimento sobre os alimentos e as plantas medicinais, pode se desdobrar em outras ações com impacto positivo. Refiro-me à contenção de encostas, ocupação de terrenos baldios, implantação e aprimoramento da gestão de resíduos comunitários, feiras nos bairros, suprimento de alimentos para pequenas organizações comunitárias, entre outras. E, no médio e longo prazos, pode, também, oportunizar a geração de renda, tanto a direta como a que a gente chama de não monetária, quando envolve o autoconsumo”, explica Claudemar. O Fórum Itaboraí vem trabalhando em articulação com 10 comunidades petropolitanas, tanto para trocas de conhecimento técnico em agricultura urbana – incluindo o cultivo propriamente e a gestão de resíduos orgânicos – quanto para o fortalecimento de laços comunitários, para o incremento da segurança nutricional e para a redução da vulnerabilidade socioambiental dos moradores dos territórios envolvidos. “Na vila Frei Davi, na comunidade do Amazonas, por exemplo, esta experiência já aponta para mais de três toneladas de resíduos domésticos que deixaram de ir para o aterro sanitário, porque foram compostados pelos moradores”, celebra Claudemar. Na roda de conversa estarão: Daniela Adil, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania – SMASAC, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte; Bernadete Montesano, da Rede Carioca de Agricultura Urbana; Flávio Serafini – Deputado Estadual Representante da Frente Parlamentar em Defesa da Agroecologia do Estado do Rio de Janeiro; e Maurinho Branco – Vereador de Petrópolis, proponente da Lei Municipal 8049/2020.