O Eixo estratégico de Pesquisas foi incorporado ao Plano do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde em função da importância de poder contar com investigações próprias que permitissem um conhecimento mais profundo da realidade socioambiental na qual são desenvolvidas as suas atividades. Ao mesmo tempo, essas pesquisas permitiriam avaliar o impacto de intervenções do poder público na Região, particularmente aqueles que contam com participação da Fiocruz, apoiar as atividades de ensino e formação e contribuir para o desenvolvimento de um marco teórico para a explicação da determinação social da saúde e a formulação e aplicação de investigações empíricas em apoio aos projetos técnico – sociais do Fórum.
Os esforços analíticos referentes às citadas atividades devem convergir no sentido de formular propostas concretas que auxiliem o combate das inequidades em saúde em escala local. Para tanto, é fundamental estabelecer claramente que a linha epistemológica adotada considera o modo capitalista de produção como a real determinação das condições sociais e, por consequência, como determinante da saúde da população. Destacam-se nesse sentido, dois eixos investigativos motrizes, a saber: 1- O resgate do conceito Classe Social como categoria operativa de análise; & 2- A preocupação em evidenciar a dimensão Território no conjunto das análises propostas;
No que se refere ao primeiro item, torna-se incontornável a menção da publicação das discussões desenvolvidas no Fórum Itaboraí/Fiocruz, denominado: “Classes Sociais, Território e Saúde”. Rio de Janeiro, Brasil, Junho de 2013.
Tal evento, reunindo uma equipe interdisciplinar de pesquisadores de excelência, primou pela inclusão da categoria Classe Social como instrumento central para se compreender a concretude/ materialização das relações Capital-Trabalho e suas implicações indissociáveis na determinação social da saúde. O citado esforço analítico considerou, consensualmente, os dados relativos à Posição na Ocupação dos indivíduos como valiosa ferramenta de comprovação prática de desigualdades/inequidades sócio sanitárias. Nesse sentido, informações como: Distinções básicas entre as condições de empregador, de auto-empregado e, mesmo, entre empregados, seriam imprescindíveis, não somente, para operacionalizar pesquisas científicas num cenário de flagrante heterogeneidade socioeconômica, como viabilizar/encaminhar propostas efetivas para o poder público que visem atenuar tais desigualdades.
No que se refere ao segundo item, relativo à dimensão Território, as atividades de pesquisa visam como produto(s) a realização de uma cartografia que deflagre as territorialidades construídas socialmente e, ainda, as identifique como parte do processo de espacialização das desigualdades inerentes ao modo capitalista de produção. Essa abordagem reafirma o Espaço Geográfico como cenário onde se produzem e reproduzem as relações sociais e, por consequência, sua inferência decisiva na qualidade díspar do acesso à saúde.
Clique nos links abaixo para conhecer as pesquisas desenvolvidas pelo Fórum Itaboraí:
Expressões Territoriais e Determinação Social das Condições de Saúde em Patrópolis.
A Cartografia Social em Escala Local: Uma Ferramenta para Análise da Inequidade em Saúde.
