Notícias - Participação Comunitária

FALA TU: Fórum Itaboraí promove encontros sobre comunicação comunitária

Iniciativa é direcionada para a discussão e reflexão da importância da comunicação comunitária para o fortalecimento territorial, para a promoção da saúde, para o engajamento, participação e mobilização

De 10 de outubro até 07 de novembro, sempre aos sábados, de 14h às 16h, no YouTube, abriremos uma roda de conversa com gente de comunidade, de periferia, que utilzia a comunicação comunitária para transformar os territórios em que vivem, com diálogo e participação social, dando voz e vez aos segmentos populares. No círculo, estarão lideranças comunitárias de Petrópolis e também de fora de nossa cidade, em um diálogo franco, aberto e cheio de reflexões e aprendizados.

O link da transmissão pelo YouTube do primeiro encontro (10 de outubro) já está disponível: https://youtu.be/pXFjVA0v_Tw

Conheça a programação completa dos cinco encontros:

10 de outubro: Comunicação Comunitária: O que é e como pode transformar o território?
17 de outubro: Comunicação Comunitária e Saúde
24 de outubro: Comunicação Comunitária e Memória
31 de outubro: Comunicação comunitária e suas formas: Audiovisual e redes sociais
07 de novembro: Comunicação comunitária e suas formas: Jornal impresso e Rádio comunitária
 

Horta comunitária no Madame Machado é tema de reportagem do programa "Inter TV Rural"

O programa "Inter TV Rural" exibiu, no dia 23 de fevereiro de 2020, uma matéria sobre a horta comunitária criada na comunidade Madame Machado, em Petrópolis. A iniciativa é da associação de moradores do bairro e conta com o apoio técnico do Fórum Itaboraí, unidade da Fiocruz em Petrópolis, e com a parceria do quilombo da Tapera, na doação de mudas.

Para mais informações sobre o projeto, acesse http://www.forumitaborai.fiocruz.br/node/1169

Para ver a reportagem, clique na imagem abaixo:

 

 

Fórum Itaboraí participa do Seminário de Tecnologia Social no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, em Brasília

Felix Rosenberg e Marina Rodrigues, diretor e analista social do Fórum Itaboraí, participaram do evento que aconteceu nos dias 18 e 19 de novembro

 

O encontro teve o objetivo de realizar o acompanhamento dos projetos selecionados pela chamada pública de apoio a pesquisas em tecnologias sociais, lançado em 2018 pelo CNPq, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC e Ministério da Cidadania. De um total superior a 600 projetos apresentados, o edital nacional contemplou 61 projetos voltados ao desenvolvimento, reaplicação, aperfeiçoamento e avaliação de Tecnologias Sociais que promovam geração de renda, inclusão no mundo do trabalho e autonomia econômica das famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e que atendam aos requisitos de simplicidade, fácil aplicabilidade, reaplicabilidade, efetivo impacto e repercussão social. Além disso, os projetos devem estar relacionados a um ou mais de um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O único projeto aprovado em Petrópolis volta-se ao desenvolvimento e aplicação de tecnologias sociais que permitem elaborar, com a participação das comunidades que habitam nos territórios de maior exclusão social, o diagnóstico dos seus principais problemas e potencialidades e fomentar o desenho de políticas públicas e uma maior inserção social e produtiva das mesmas. É coordenado pelo Fórum Itaboraí/Fiocruz-Petrópolis e dele participam também a Escola Politécnica de Saúde Pública Joaquim Venâncio, da Fiocruz; a Prefeitura de Petrópolis, por meio das Secretariais Municipais de Saúde, Educação e Assistência Social, e o Departamento Municipal de Planejamento Urbano; além do Curso de Engenharia da Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e de Arquitetura da Católica de Petrópolis (UCP).

Para Felix Rosenberg, são três motivos para celebrar: “Em tempo de tanta conturbação política, social e econômica no nosso país, celebramos , em primeiro lugar, em razão da extraordinária iniciativa conjunta do CNPq, o Ministério de Ciência e Tecnologia e o Ministério da Cidadania que ansiamos seja repetida e ampliada; o segundo motivo é sucesso do primeiro seminário de tecnologias sociais, que permitiu não somente conhecer os mais destacados trabalhos de tecnologia social no país, mas também estabelecer amizades e parcerias entre os coordenadores desses projetos pelo Brasil afora; e, por último, pelo reconhecimento por parte da comunidade acadêmica desse campo de conhecimento do trabalho do Fórum Itaboraí / Fiocruz que, dentre outros logros, se destaca pela inovação na aplicação de tecnologias sociais; sua contribuição para a redução das desigualdades; a organização e participação comunitária e o enfoque e prática intersetorial envolvendo diversos órgãos do governo local, universidades e organizações e lideranças comunitárias”, explica o diretor.

Os demais projetos apoiados incluem iniciativas de saneamento alternativo para comunidades rurais amazônicas; reuso de água para produção agrícola em assentamentos do sermiárido nordestino; redução de vulnerabilidade de comunidades em áreas susceptíveis à desertificação; agregação de valor ao produto e geração de renda aos pescadores do Rio Uruguai, elaboração de modelo de cooperativas de prestação de serviços autônomos; agroecologia; compostagem de resíduos sólidos de baixo custo; economia solidária e agroecologia para ações em comunidades de dependentes químicos; tecnologias sociais para proteção à biodiversidade; entre outros.

 

Fórum Itaboraí promove encontro de líderes comunitários petropolitanos

Provocados por espetáculo do Teatro do Oprimido sobre racismo, participantes refletiram e discutiram sobre desigualdades sociais

 

No último dia 15 de novembro, líderes das comunidades Nossa Senhora de Fátima, na Posse; do Alemão, no Retiro; da Glória, em Corrêas; e do Meio da Serra estiveram reunidos na comunidade de Pedras Brancas, na Mosela, para trocar ideias e intercambiar conhecimentos e experiências frente aos desafios destes territórios petropolitanos, que vivem problemas socioeconômicos e ambientais similares.

A iniciativa foi facilitada pelo Fórum Itaboraí que coordena o projeto para o desenvolvimento, replicação e aperfeiçoamento de tecnologia social para inclusão cidadã nestes cincos territórios de agudas desigualdades sociais em Petrópolis. Este projeto é um dos 61 selecionados em todo o país na chamada pública de 2018 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq; do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC; e do Ministério da Cidadania.

O encontro aconteceu na quadra da comunidade Pedras Brancas, com o apoio da associação de moradores do bairro, e reuniu cerca de 40 pessoas. O ponto alto foi a apresentação da peça “Suspeito”, encenada pelo coletivo do Centro do Teatro do Oprimido “A Cor do Brasil” que reúne artistas-ativistas afrodescendentes interessados em aprofundar e ampliar a discussão pública sobre o racismo através da arte. “Suspeito aborda o racismo institucional e difuso, que, apesar de estar presente na vida cotidiana de negros e negras e de produzir consequências concretas para a desigualdade racial no país, ainda parece imperceptível por estar camuflado em um misto de camaradagem e meritocracia”, explica Alessandro Conceição, que integra o elenco Cor do Brasil. Ainda, segundo o ator, “a forma difusa e simbólica de expressão desse racismo cotidiano dificulta tanto a identificação quanto a luta por sua superação”.

De acordo com Marina Rodrigues, analista social do Fórum Itaboraí, o Teatro do Oprimido foi escolhido como ferramenta para aproximação e articulação territorial entre comunidades que vivem realidades similares. “São comunidades localizadas em diferentes regiões de Petrópolis, inclusive nas fronteiras do município, mas que guardam muita proximidade quando estamos falando da realidade social, econômica e ambiental desses lugares. E com o Teatro do Oprimido buscamos provocar uma reflexão sobre situações, condições e vivências tão comuns quanto cotidianas das pessoas que habitam estes territórios, que encontram poucos espaços e tempo para pensar, problematizar e dialogar sobre questões que as afetam. E, certamente, trocando experiências e ideias as comunidades se fortalecem”, avalia a pesquisadora.

Cláudio Noronha é presidente da Associação de Moradores do Alemão, comunidade localizada no Retiro, formada, segundo ele, por cerca de cinco mil habitantes. O líder comunitário participou do encontro e conta que a peça “Suspeito” o provocou a pensar e a perceber que tem pessoas que ainda não desistiram de lutar por um Brasil melhor. “A peça fala sobre racismo, sobre desigualdade e fala nossa língua, nos sentimos parte do que é colocado ali. Eles mostraram uma realidade que vivemos todos os dias, no shopping, nas ruas, no trabalho, e que pessoas como nós não têm coragem e não sabem se manifestar diante disso. É uma peça que precisa passar pra quem vive lá na comunidade, até para despertar nos jovens, nas pessoas de forma geral, o desejo de se abrirem, de desabafar e também saber como lidar com situações como estas, de discriminação”, explica Noronha. “Participar de encontros como este nos tiram da zona de conforto, nos permitem ter novas ideias e conhecer experiências de outros líderes que vivem situações parecidas com as nossas. Eu moro dentro de uma comunidade que precisa ter estas perspectivas. Saí renovado”, celebra o líder comunitário.

 

Com apoio do Fórum Itaboraí, moradores da comunidade Primeiro de Maio criam horta comunitária

Mais de 30 pessoas, entre crianças e adultos, participaram do mutirão

No último sábado, 26, mais de 30 pessoas, entre crianças e adultos da comunidade Primeiro de Maio, em Madame Machado, Itaipava, participaram de um mutirão para criação de uma horta comunitária, com o propósito de unir os moradores e contribuir com a qualidade alimentar de quem vive na localidade. A iniciativa é da associação de moradores do bairro e conta com o apoio técnico do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, e com a parceria do quilombo da Tapera, na doação de mudas.

O morador e presidente da Associação de Moradores de Primeiro de Maio/Madame Machado, Amilton Oliveira, conta que a ideia nasceu do desejo de alguns moradores de criar uma horta medicinal para incentivar a comunidade a plantar seu próprio remédio. “Mas com o apoio da Fiocruz fomos amadurecendo nossa proposta e entendemos que poderíamos ter mais que plantas medicinais, poderíamos plantar também hortaliças, para nossa alimentação. E mais: a horta será um lugar onde vamos nos encontrar, onde cuidaremos juntos do que vamos consumir e, unidos, podemos realizar outras ações para o bem de nosso bairro”, comemora Amilton.

Durante o mutirão, crianças e adultos prepararam os canteiros, abriram os berços para as mudas, realizaram o plantio e cobriram a área com capim, para proteger o solo. Dentre eles estava Adalberto Bernardes, pedreiro e morador do bairro há 40 anos, nascido e criado na roça e que disse amar mexer com a terra, plantar, cuidar, ver crescer e depois colher. “Foi divertido e importante para a comunidade, principalmente para muitas crianças, que nunca tinham lidado com a terra e só veem determinados alimentos na quitanda ou no prato. E incrível conhecer como as coisas acontecem na natureza e saber que você pode ser parte disso”, avalia o morador. Adalberto faz questão de sugerir que, com a união da comunidade, o próximo mutirão poderá ser para reflorestar uma área no alto da comunidade, região onde existe uma nascente que abastece, segundo ele, pelo menos 60 moradores da comunidade e que vem sendo degradada pelo fogo e pelo desmatamento, além de ser um local onde já houve tentativa de invasão e loteamento.

A horta comunitária está sendo implantada nos fundos da própria Associação, em uma parte do terreno que estava, segundo Amilton, com mato alto e aspecto de abandonada. “Estamos dando uma nova função ao espaço. O próximo passo é finalizarmos o sistema de irrigação, que faremos com a ajuda de moradores e de técnicos da Fiocruz. Em seguida, ainda em novembro, realizaremos uma reunião comunitária para juntos elaborarmos como será o cuidado, as contribuições voluntárias de quem quer participar e como a comunidade vai se beneficiar do que for produzido. Uma das ideias é fazermos uma feira livre, em frente à Associação, com o excedente, para ajudar a manter a horta, até porque não temos feira dentro do bairro. Vai ser bom pra todo mundo”, visiona, entusiasmado, o presidente da Associação. Ele acrescenta, ainda, que nos planos está também a construção de uma estufa, para produção de mudas tanto para atender a horta quanto para fazer o intercâmbio com outras comunidades.

 

Bairro de Vila Rica, em Pedro do Rio, realiza segunda mostra de talentos

Iniciativa é apoiada por Acordo de Cooperação entre Secretaria Municipal de Saúde e Fórum Itaboraí - Fiocruz Petrópolis

 

No domingo, dia 27 de outubro, de 9h às 16h, o Posto de Saúde da Família e a comunidade de Vila Rica, em Pedro do Rio, promovem a 2ª. Feira de Talentos de Vila Rica, com entrada franca, na Escola Municipalizada Santa Terezinha. O evento nasceu com o propósito de mostrar o que o bairro tem de melhor e promover maior integração entre os moradores. Como parte da programação acontecerá, também, o fórum para eleição dos membros da sociedade civil do Conselho Municipal de Saúde, de 10h às 12h.
 
Esta segunda edição da Feira de Talentos acontece dois meses após a primeira, que reuniu mais de 20 expositores, apresentando suas habilidades em peças de artesanato, culinária, hip-hop, passinho, ioga, zumba, capoeira, entre outros. Segundo Ana Paula Lorete, agente comunitária do Posto de Saúde da Família em Vila Rica, o sucesso da primeira Feira foi tamanho que os moradores logo se mobilizaram para realizar esta segunda edição, com a participação de mais dez novos expositores. “Deu tão certo que a comunidade está motivada e não quer parar! A ideia é consolidar a Feira de Talentos como uma atividade permanente do bairro e que, desta mobilização, surja uma rede de economia solidária em Vila Rica”, conta, entusiasmada, a agente de saúde.
 
A mostra é fruto de um engajamento comunitário que vem acontecendo no bairro desde 2017, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde - SMS e do Fórum Itaboraí, Fiocruz em Petrópolis. O trabalho em parceria destas duas instituições está expresso em um acordo de cooperação que prevê ações continuadas e consecutivas para a promoção da saúde pública em territórios de atuação da Estratégia de Saúde da Família – ESF, em Petrópolis. A iniciativa teve início com diagnósticos rápidos participativos (DRP) de comunidades, envolvendo moradores e agentes comunitários de saúde.
 
Segundo Marina Rodrigues, pesquisadora social do Fórum Itaboraí, mais do que oferecer um retrato dos territórios estudados, esta metodologia contribuiu com a ressignificação do olhar e maior envolvimento dos profissionais de saúde com as condições de vida das populações que vivem naqueles lugares. “Este trabalho se desdobrou no fortalecimento e apoio orientado às equipes de saúde da família de oito territórios petropolitanos, sendo um deles Vila Rica, e estes profissionais vêm trabalhando na promoção da saúde integral, não apenas o olhar sobre a doença”, explica Marina. “E como parte fundamental deste trabalho está o estímulo à participação social, ao engajamento comunitário para a constituição de Conselhos Locais de Saúde, que são espaços onde possam ser discutidas questões que vão além da dimensão da saúde propriamente, mas também outros problemas comunitários que afetam a qualidade de vida daquela população, como, por exemplo, questões de transporte, lazer, assistência social, cultura, segurança, entre outros. Porque isso é saúde”, acrescenta a pesquisadora, informando que a constituição de Conselhos Locais está prevista na Lei Municipal Nº 7.705, de 12/09/2018, e que este, em Vila Rica, é o quarto de oito Conselhos Locais de Saúde previstos no acordo de cooperação, sendo os outros três já em operação no Amazonas, no Sargento Boening e na comunidade 1º de Maio/Madame Machado.
 
Na primeira edição da Feira de Talentos de Vila Rica, uma comissão constituída por seis moradores e por toda equipe da Estratégia de Saúde da Família do bairro divulgaram e explicaram aos moradores o que é e qual o papel do Conselho Local de Saúde. “Foi fundamental que este trabalho de informação e conscientização tenha acontecido na Feira de Talentos, pois, naquele momento, os moradores estavam se conectando a partir do que o bairro tem de melhor, do que é produzido pelas próprias pessoas que vivem ali. Então, neste contexto, eles puderam perceber que juntos podem realizar algo mais grandioso e que, participando, podem direcionar soluções para as suas próprias necessidades, sem ter que delegar isso para terceiros”, explica Eliane Quinan, Gerente da Atenção Básica nos territórios.
 
O Conselho Local de Saúde tem paridade entre membros locais e representantes do poder público em sua constituição, ou seja, é formado por quatro integrantes titulares da comunidade e quatro profissionais da gestão pública, além de um suplente para cada membro titular. Entre os membros da gestão pública, dois pertencem ao gestor municipal e os outros dois representam os profissionais que atuam na unidade de saúde do território. Quanto aos representantes da sociedade civil, estes devem ser moradores do território em questão e são eleitos em um fórum, aberto a participação de todos. Para se candidatar, a pessoa interessada deve, portanto, comprovar endereço e estar presente no decorrer de todo o fórum.
 
 

Bairro de Vila Rica, em Pedro do Rio, realiza mostra de talentos

Iniciativa é apoiada por Acordo de Cooperação entre Secretaria Municipal de Saúde e Fórum Itaboraí - Fiocruz Petrópolis

 

No próximo sábado, dia 31 de agosto, de 13h às 17h, o Posto de Saúde da Família e a comunidade de Vila Rica, em Pedro do Rio, promovem a 1ª. Feira de Talentos de Vila Rica, no pátio da igreja Santa Edwiges. O evento tem o objetivo de mostrar o que o bairro tem de melhor, feito pelas pessoas que ali vivem e convivem, além de promover maior integração entre os moradores. Serão cerca de 30 expositores, que apresentarão seus talentos em artesanato, culinária, hip-hop, passinho, ioga, zumba, capoeira, entre outros. A entrada é franca.
 
A mostra é fruto de um engajamento comunitário que vem acontecendo no bairro desde 2017, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde - SMS e do Fórum Itaboraí. O trabalho em parceria destas duas instituições está expresso em um acordo de cooperação que prevê ações continuadas e consecutivas para a promoção da saúde pública em territórios de atuação da Estratégia de Saúde da Família – ESF, em Petrópolis. A iniciativa teve início com diagnósticos rápidos participativos (DRP) de comunidades, envolvendo moradores e agentes comunitários de saúde.
 
Segundo Marina Rodrigues, pesquisadora social do Fórum Itaboraí, mais do que oferecer um retrato dos territórios estudados, esta metodologia contribuiu com a ressignificação do olhar e maior envolvimento dos profissionais de saúde com as condições de vida das populações que vivem naqueles lugares. “Este trabalho se desdobrou no fortalecimento e apoio orientado às equipes de saúde da família de oito territórios petropolitanos, sendo um deles Vila Rica, e estes profissionais vêm trabalhando na promoção da saúde integral, não apenas o olhar sobre a doença”, explica Marina. “E como parte fundamental deste trabalho está o estímulo à participação social, o engajamento comunitário para a constituição de Conselhos Locais de Saúde, que são espaços onde possam ser discutidas questões que vão além da dimensão da saúde propriamente, mas também outros problemas comunitários que afetam a qualidade de vida daquela população, como, por exemplo, questões de transporte, lazer, assistência social, cultura, segurança, entre outros. Porque isso é saúde”, acrescenta a pesquisadora, informando que a constituição de Conselhos Locais está prevista na Lei Municipal Nº 7.705, de 12/09/2018.
 
Atualmente, existe uma comissão no bairro formada por seis moradores e por toda equipe da Estratégia de Saúde da Família, que acreditam na participação social e têm trabalhado pelo fortalecimento dos laços comunitários em Vila Rica e na mobilização dos moradores para a constituição do Conselho Local de Saúde. Esta comissão se reúne mensalmente e foi deste grupo que surgiu a ideia da mostra de talentos. “Estávamos pensando em uma maneira de envolver mais gente, de divulgar melhor sobre a importância da comunidade participar, porque divisão já temos o bastante por aqui. Queremos ideias e propostas que possam nos unir, que foquem nas coisas boas que temos, mostrem o potencial positivo do bairro. E acreditamos que os nossos próprios talentos serão um chamariz para que possamos nos conhecer melhor”, conta animada a moradora Gisele Faria, que integra esta comissão e mora em Vila Rica há mais de 35 anos. “Será também uma oportunidade de dar uma força e visibilidade para o trabalho, os produtos de muitas pessoas que fazem coisas incríveis. Somos mais de quatro mil moradores e, eu mesma, que moro aqui desde que nasci, não conhecia vários talentos. O bairro tem um potencial enorme. E juntando estas pessoas poderemos falar sobre a importância do Conselho Local de Saúde, sobre como precisamos nos unir, participar e ajudar o bairro a se desenvolver”, complementa Gisele.
 
O garimpo dos talentos foi feito pelas agentes comunitárias de saúde, que, de casa em casa, foram identificando as aptidões e habilidades e inscrevendo os interessados. Ana Paula Lorete atua na microárea 4, umas das sete que compõe a Estratégia de Saúde da Família no bairro, e relata que foi um trabalho interessante e surpreendente mapear o que as pessoas têm de bom. “Encontramos pessoas que trabalham com reutilização de pneus para produção de móveis, pinturas de quadros, artesanato com tricô, crochê e costura, enfeites de cabelo, materiais para festas de aniversário, além de grupos de música e dança e também muitas opções de culinária. Alguns realizam estas atividades no tempo livre e, para outros, essas práticas são fonte principal de renda. Nos surpreendemos. A comunidade é muito diversa e talentosa”, conclui a agente de saúde.

 

Fórum Itaboraí - Fiocruz/Petrópolis participa da criação de Conselho Local de Saúde na Comunidade 1º de Maio

Ação é resultado de um Acordo de Cooperação com a Prefeitura de Petrópolis

 

No dia 23 de fevereiro, a equipe social do Fórum Itaboraí participou do “Fórum para a eleição do Conselho Local de Saúde da Comunidade 1º de Maio / Madame Machado”, em Petrópolis. Este foi o primeiro Conselho Local de Saúde da cidade de Petrópolis, criado com base na Lei Municipal Nº 7.705, de 12/09/2018, dos oito previstos de serem implantados no município e representa um resultado concreto do Acordo de Cooperação entre a Prefeitura Municipal de Petrópolis e o Fórum Itaboraí / Fiocruz para o desenvolvimento de um plano abrangente de promoção da saúde, iniciado durante o primeiro trimestre de 2017.

 

Realizado na sede da Escola Municipal Amélia Antunes Rabello, que fica na própria comunidade, o Fórum reuniu público superior a 50 pessoas, entre moradores, trabalhadores locais da saúde e representantes de diversos setores da gestão pública municipal, como a Secretária  de Saúde, Fabíola Heck, a Secretáriad e Educação, Marcia Palma; o diretor da Comdep (empresa pública responsável, entre outros, pela gestão de resíduos sólidos no município), Marcos Albuquerque, o assessor da Secretaria de Esporte e Lazer, Marcelo Costa, e o vereador Silmar Fortes.

 

Durante o encontro foram eleitos os titulares e suplentes do Conselho recém criado, dos quais quatro são integrantes da comunidade e quatro são profissionais da gestão pública, sendo dois da área da Saúde, um da Educação e um da Assistência Social.

 

O caráter intersetorial e a paridade entre membros locais e representantes do poder público são aspectos fundamentais na constituição do Conselho Local de Saúde para que ele possa alcançar seu principal objetivo: ser um ambiente formal em que  moradores e profissionais da gestão pública atuantes no território possam, juntos, dialogar, discutir e propor soluções para os problemas locais.A ideia é implementar a educação ambiental a partir da perspectiva da gestão comunitária. Crianças, jovens e adultos podem conhecer e participar da sua comunidade e se assumirem como sujeitos que atuam no seu território para transformá-lo num lugar agradável de se viver. Nesse sentido, é importante conhecer o que acontece com o lixo em Petrópolis.

 

Teatro do Oprimido inspira profissionais que atuam em comunidades

Na última quarta-feira (26), o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde - Fiocruz/Petrópolis promoveu, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde e Assistência Social, o primeiro workshop do Teatro do Oprimido com profissionais dos Postos de Saúde e CRAS que atuam em comunidades de Petrópolis. A iniciativa faz parte do acordo de cooperação entre as instituições no desenvolvimento de estratégias intersetoriais de promoção da saúde nos territórios. O objetivo é ampliar os recursos destes profissionais para que possam fortalecer os vínculos, se aproximarem mais das pessoas e da realidade delas, ressignificando e qualificando o trabalho que já realizam. O grupo, de 35 profissionais, se reunirá para outros workshops, quando, juntos, construirão uma peça teatral a ser apresentada na Semana Municipal de Saúde, em novembro.

Festa na Roça no bairro Amazonas mobiliza moradores para discutir problemas locais

Realizada no sábado, dia 9 de junho, a Festa na Roça no bairro Amazonas, no Quitandinha, trouxe uma motivação especial: reunir as pessoas do bairro, fortalecendo os elos comunitários, com vistas a mobilizar a comunidade para participar e discutir políticas públicas, problemas e proposições que melhorem as condições de quem vive naquele território. A Festa, idealizada e organizada pela equipe do Posto de Saúde do Amazonas e pelos moradores, foi também fruto de ações coordenadas entre a Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis – SMS e o Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis, para a gestão local participativa e intersetorial.

Bruna da Silva, moradora e agente comunitária de saúde no Amazonas, conta que essa ideia surgiu porque a equipe do Posto de Saúde tem percebido que apenas reuniões não estão sendo mais tão efetivas para engajar as pessoas a participarem das mudanças que desejam. “As pessoas acham as reuniões chatas e já não querem mais participar. Pensamos em algo de sucesso, positivo, que envolva toda a comunidade na realização. Porque se nos reunimos para fazer uma festa e der certo, também podemos nos reunir para uma ação sobre o lixo, para uma atividade na escola, para educação popular, para aquilo que a comunidade entender que é mais relevante para ela. Estamos celebrando para mobilizar”, explica, Bruna. “Como profissionais de saúde comunitária, queremos também mostrar que Posto é um parceiro. Somos parte do bairro e caminhamos junto”, complementa a agente de saúde.

 

Por meio de um acordo de cooperação, a SMS e o Fórum Itaboraí colaboram, há cerca de dois anos, em ações continuadas e consecutivas para o diagnóstico comunitário e a promoção da saúde pública em territórios de atuação da Estratégia de Saúde da Família – ESF, em Petrópolis. No final de 2017, foi constituído um Grupo de Trabalho (GT), formado por profissionais das áreas de planejamento, da atenção básica e das equipes da Saúde da Família da SMS, além de pesquisadores da equipe social do Fórum Itaboraí, que se reúnem mensalmente, construindo diretrizes e acompanhando o processo de implementação do Plano de Ação do Projeto de Saúde da Família como indutor da Gestão Local Intersetorial Participativa no Município de Petrópolis, inicialmente, em oito territórios, sendo Amazonas um deles. “Um dos nossos focos é fomentar a estruturação de um Conselho Local de Saúde, que discuta não só questões objetivas da dimensão da saúde propriamente, mas também outros problemas comunitários que afetam a qualidade de vida daquela população, que envolvam, por exemplo, transporte, lazer, assistência social, cultura, segurança, entre outros. Porque isso é saúde”, explica Fátima Cristina Coelho, Diretora da Atenção Básica da SMS. 

 

Para Sônia Carvalho, coordenadora da equipe social do Fórum Itaboraí, a estreita colaboração entreas equipes em si e delas com a comunidade é um quesito chave para o sucesso do trabalho em curso: “Este é processo cada vez mais coletivizado, consciente e corresponsabilizado das condições de vida da população, que nasce da intersetorialidade no território, na própria base comunitária. O que nos guia em nossos trabalhos é o conceito ampliado de saúde. Porque saúde não se trata apenas de combater ou tratar doenças. É muito maior que isso. Abrange condições socioeconômicas e ambientais que promovam o bem-viver, o estar de bem com a vida e com o seu entorno”, conclui.

 

Para a Festa na Roça acontecer, moradores do bairro doaram materiais para a decoração e comerciantes forneceram pães e salsichas para cachorro-quente e também prendas para as barracas de brincadeira das crianças e para sorteio de brindes. Barracas de artesanato e de comidas com produtos feitos na própria comunidade a preços acessíveis também marcaram presença, divulgando as capacidades e talentos dos moradores, incluindo apresentações de dança e capoeira de grupos culturais da comunidade. “O objetivo era que ninguém ficasse de fora, que todos participassem”, comemora Bruna. Durante a Festa, foi divulgada uma proposta do Conselho Local de Saúde convidando os presentes para a reunião que acontecerá no Posto de Saúde do Amazonas em julho, com o objetivo de informar, tirar dúvidas e escutar os moradores. Dali, espera-se que surjam nomes de representantes para formação deste Conselho.

 

 

Fórum Itaboraí (Fiocruz/Petrópolis), Prefeitura de Petrópolis e agricultores discutem ações para fortalecimento da agricultura familiar orgânica

O fortalecimento da organização coletiva, a criação de uma cooperativa de processamento de produtos orgânicos e as ações necessárias para o aumento da produção orgânica foram discutidas durante uma reunião técnica de apresentação e discussão do projeto "Fortalecimento da agricultura familiar orgânica”, promovida pela Fiocruz, por meio do Fórum Itaboraí, e pelo Departamento de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Participaram do evento, realizado em 08 de junho no Palácio Itaboraí, 36 pessoas, entre produtores, representantes da ABIO - Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro, Embrapa,  MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuário e Abastecimento, Sebrae e presidentes de associações.

 “O objetivo foi o de promover o diálogo e a participação de agricultores, militantes e protagonistas da agricultura familiar orgânica de Petrópolis, de forma a agregar contribuições e sugestões na revisão e redefinição das diretrizes estratégicas que nortearão as ações do Projeto ‘Fortalecimento da Agricultura Familiar Orgânica em Petrópolis’”, explicou Daiana de Melo Gomides, integrante da equipe multidisciplinar responsável pelo projeto idealizado pelo Fórum Itaboraí.

Petrópolis conta atualmente com cerca de cem produtores que se dedicam à produção orgânica e a intenção, segundo o Departamento de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, é a de estimular o crescimento da produção para que esse tipo de alimento atenda às demandas de setores como o gastronômico e hoteleiro. “Temos tudo para tornar esse tipo de produção mais uma vocação em Petrópolis. Através desse projeto criado pela Fiocruz, vamos ouvir os produtores e estudar a melhor forma de incentivo para que todas as ações pontuadas no projeto sejam realizadas com sucesso”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico Marcelo Fiorini.

O projeto, criado pela Fiocruz, foi contemplado no Acordo de Cooperação entre a Fiocruz/BNDES e Fiotec para promover a inclusão socioeconômica e o desenvolvimento sustentável de comunidades rurais e urbanas de baixa renda. Todo o programa compreende quatro eixos estruturantes: Organização coletiva /implantação da cooperativa; Implantação da Central de Processamento Mínimo; Canais de Comercialização; e Capacidade Produtiva. Os assuntos nortearam o encontro. Na ocasião, os participantes foram divididos em dois grupos e puderam refletir e apontar os principais desafios e obstáculos, bem como desenvolver propostas de ações e soluções de cada tema proposto. O projeto prevê a criação da Copope - Cooperativa de Produção Orgânica de Petrópolis. A iniciativa contará com o acompanhamento da Prefeitura, Fiocruz, Fiotec, BNDES, Embrapa, UFF - unidade Petrópolis e ABIO.

Segundo o levantamento feito pela Fiocruz, através de um esforço conjunto pode-se agregar valor aos produtos orgânicos produzidos no município e o processamento pode auxiliar nessa questão, inclusive facilitando o atendimento das demandas de diferentes setores.

O encontro, segundo Daiana Gomides, gerou ampla discussão e envolvimento dos participantes. “Diversas propostas de estratégias de ação e desdobramentos foram levantadas e serão consolidadas, avaliadas e aplicadas na perspectiva de uma construção coletiva de um plano de ação. Os próximos passos compreendem a divulgação e apresentação do projeto aos grupos de agricultores orgânicos do município, fazer levantamento dos agricultores interessados em participar da cooperativa, fazer o levantamento de demanda de consumo de produtos orgânicos e elaborar o projeto da Central de Processamento. Depois destas etapas, o projeto será revisado e submetido a nova avaliação pelo BNDES”.

“Essa foi a primeira reunião. Agora, a partir da devolutiva dos produtores, vamos nos organizar para cumprir as próximas ações previstas no cronograma”, explicou o diretor do Departamento de Agricultura da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, José Mauricio Soares.

Futuramente, o projeto prevê o aumento da produção local de alimentos orgânicos em 30% ao ano, com os alimentos processados utilizados nos setores locais como restaurantes e hotéis, além de departamentos da prefeitura. Também está prevista a formalização dos produtores e a certificação para comercialização nacional, além da criação de um observatório permanente de produção e gestão agrícola orgânica.

Também participaram do encontro o secretário de Meio Ambiente, Fred Procópio, o subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Dalmir Caetano, e a chefe do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, Layla Talin. (texto adaptado da matéria publicada pelo Jornal Diário de Petrópolis)