
Evento provocou reflexão sobre trabalho, cuidado, desigualdade social e convivência familiar
Aline Rickly (Fórum Itaboraí) - Publicado em 16/12/2025

O Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde/Fiocruz Petrópolis, promoveu na sexta-feira, dia 12 de dezembro, o segundo Festival do Teatro do Oprimido (TO). O evento marcou o encerramento das aulas desenvolvidas ao longo do ano em três territórios da cidade: Vila Rica, Independência e Posse.
A primeira cena apresentada foi com o núcleo de Vila Rica, que fez uma adaptação da obra Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, com os personagens Zequinha e José da Silva, interpretados de forma alternada pelos participantes. A peça, que foi escrita na década de 1960, apresenta o conflito de José da Silva em acabar com a sua fome, diante das dificuldades econômicas daquele período.
Na sequência, o grupo de convivência de mulheres do CRAS Independência apresentou a história de uma dona de casa sobrecarregada com os cuidados da mãe idosa e deprimida e das filhas, evidenciando como, nesse processo, ela deixa de cuidar de si para atender às múltiplas demandas do seu entorno.
A terceira cena foi apresentada pelo grupo de mulheres do CRAS da Posse, que encenou uma ceia de Natal marcada por afetos, tensões e discussões típicas desse período do ano, como as dificuldades de reunir a família e até o clássico debate entre arroz com passas ou sem passas.
Para o professor de Teatro do Oprimido do Fórum Itaboraí/Fiocruz Petrópolis, Pedro Barroso, o festival foi um momento especial. “Foi um encontro muito bonito, potente e reflexivo”, destacou.
Ao final das apresentações, o público participou de um momento de diálogo e reflexão sobre as cenas. Foram levantadas questões de identificação com os personagens e discutida a importância de iniciativas como o Teatro do Oprimido, que contribuem para a construção de consciência crítica e para a transformação social, fortalecendo caminhos para uma sociedade mais justa e igualitária.
O TO integra as ações sociais do Fórum Itaboraí, em articulação com políticas públicas e por meio de coletivos comunitários e profissionais que atuam nos Postos de Saúde da Família (PSFs) e nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). O trabalho acontece no âmbito de um Acordo de Cooperação entre o Fórum Itaboraí e as Secretarias de Saúde e Assistência Social.
Sobre o Teatro do Oprimido
Criado pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, o Teatro do Oprimido é uma metodologia que busca democratizar o acesso ao teatro e estimular a transformação política e social. A partir da representação de situações de opressão, a técnica convida atores, atrizes e plateia a refletirem e proporem alternativas para a realidade apresentada.




