Os agricultores Maria Eugênia e Betinho, do Caxambu, acabam de receber a certificação de produtores orgânicos, concedido pela Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro - Abio, com o apoio do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde, unidade da Fiocruz em Petrópolis. O casal de agricultores integra o Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais – APL Petrópolis 2012, coordenado pelo Fórum Itaboraí em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis, cujo objetivo é fortalecer e disseminar as práticas de uso das plantas medicinais para promoção da saúde e do bem-estar da população, por meio de ações integradas e sustentáveis que envolvem agricultores, pesquisadores e profissionais da área de saúde.
“Para participar do Projeto APL Petrópolis e cultivar as plantas medicinais a serem utilizadas nos postos de saúde, o agricultor precisa ser orgânico. E, por esta razão, apoiamos a transição da Maria Eugênia e do Betinho do sistema convencional de produção agrícola para o orgânico”, comemora Sergio Monteiro, biólogo, responsável pelo setor de Plantas Medicinais do Fórum Itaboraí e coordenador, pelo Fórum, do APL 2012. “Eles são pioneiros no Caxambu no cultivo orgânico, um local tradicionalmente conhecido pelo uso de agrotóxicos na produção de hortaliças. Além de estarem entre os agricultores que vão produzir plantas medicinais para o cuidado na saúde da população também já estão fornecendo hortaliças para restaurantes. A experiência deles certamente servirá de inspiração para outros agricultores da localidade, mostrando que é possível produzir alimentos mais saudáveis, com menor impacto para o agricultor e para o meio ambiente e gerando renda”, complementa Sergio.
Maria Eugênia Ferreira da Silva é professora aposentada e Carlos Alberto Ferreira da Silva, servidor público aposentado. Suas famílias são originárias do Caxambu e os pais e avós de Betinho eram agricultores. Até pouco tempo, o casal plantava para o consumo próprio, quando resolveu conhecer mais sobre o sistema de produção orgânica e decidiu entrar para este mercado. “Esse sistema é mais saudável para nós, para o solo, para o meio ambiente e para o planeta Terra. O agrotóxico é um veneno, acaba com a terra, que não produz com consistência e sabor e fica esfarelenta. Pessoal quer sugar da terra com rapidez, para colocar dinheiro rápido no bolso. Mas as terras aqui não estão dando mais, de tão doentes que ficaram. E quando vem chuva forte leva tudo, porque o solo não segura”, avalia Maria Eugênia. “Temos terra disponível e queremos nos alimentar bem e que outras pessoas também se alimentem com saúde. E agora isso virou fonte de renda pra nós. Muita gente fica com medo de mudar do convencional para o orgânico. Mas é possível. Queremos que essa moda pegue”, conclui a agricultora.