Fórum Itaboraí firma parceria com a Prefeitura de Petrópolis para desenvolver ações de prevenção em áreas atingidas pelas tragédias

Dezesseis profissionais, além de equipes do Fórum Itaboraí e da Secretaria Municipal de Saúde,  já estão atuando nessas comunidades

Aline Rickly e Luiz Pistone (Fórum Itaboraí / Fiocruz) Publicado em 05/09/2022

Uma parceria entre o Fórum Itaboraí, programa da presidência da Fiocruz em Petrópolis, e a Prefeitura Municipal de Petrópolis, foi firmada a fim de desenvolver um plano de prevenção de doenças e  promoção da saúde para as áreas atingidas pelas tragédias de fevereiro e março deste ano. 
 
Ao todo, são 16 técnicos que já iniciaram o trabalho nesses territórios. A equipe é composta por psiquiatra, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e psicólogos. Os profissionais foram contratados pela Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) e trabalharão com o assessoramento técnico do Fórum Itaboraí. 
 
A atuação das equipes ao longo do período de três meses será nos territórios de Alto da Serra e adjacências, como Vila Felipe e Chácara Flora, Sargento Boening, Floresta, Caxambu, Lusitano, Siméria, São Sebastião e 24 de Maio. O trabalho tem previsão de duração de três meses e visa elaborar, em conjunto com as comunidades, um diagnóstico das principais carências e fragilidades sanitárias, económicas, sociais e ambientais desses territórios. Um documento contendo os principais resultados, assim como propostas de solução, será encaminhado para o poder público municipal a fim de orientar ações específicas e concretas nessas áreas.
 
Diretor do Fórum Itaboraí, Felix Rosenberg, destaca a importância desta parceria com a Prefeitura. “É fundamental que ocorra essa força tarefa para identificar quais estratégias precisam ser tomadas nessas áreas. Sabemos que as tragédias deixam grandes impactos nas pessoas, que perderam parentes, passaram pela situação traumática e ficaram sem suas casas. 
Atuar na promoção da saúde dessas áreas é um trabalho de fortalecimento dessas comunidades para que tenham condição de atravessar essa fase e superar e prevenir os desafios impostos pelos desastres”, afirma. 
 
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, afirma que a Fiocruz tem sido importante aliada, principalmente nos momentos de crise que a cidade viveu com as tragédias. “Essas equipes volantes garantem a ampliação da capacidade de resposta e acolhimento da população, principalmente das pessoas que foram acometidas pelas chuvas. A intenção é direcionar esforços de vigilância em saúde, organização, proteção, resposta e reconstrução, no âmbito da saúde, dos territórios afetados”, disse.
 
O Secretário de Saúde, Marcus Curvelo, também afirma que a ideia com esta iniciativa é direcionar  e aprofundar os trabalhos com o objetivo de realizar um mapeamento da vigilância do desastre, identificando as áreas e famílias afetadas. “A parceria com a Fiocruz garante a ampliação da cobertura de atendimento na atenção primária e, principalmente, na questão de saúde mental”, reforça Curvelo.
 
Norma Pontes é apoiadora institucional do departamento de atenção básica da Secretaria de Saúde de Petrópolis. Ela explica que o trabalho em conjunto será fundamental para colher informações nesses territórios que possam, futuramente, subsidiar políticas públicas de enfrentamento aos desastres, assim como das condições sociais e econômicas dessas áreas atingidas a partir do olhar dos próprios moradores. “Que essas políticas trabalhem a gestão do risco, prevenção de novos desastres, como também direcionem para promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dessas populações”, afirma.
 
Atuação nas comunidades
 
Nas últimas semanas, estão sendo realizados no Fórum Itaboraí treinamentos das equipes a fim de capacitar esses profissionais contratados para a realização do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), metodologia de trabalho que consiste em ouvir a população e os atores que têm relação com cada comunidade. 
 
Assistente Social do Fórum Itaboraí, Marina de Jesus, explica que o documento final deve ser entregue até novembro, antes do período de chuvas. “Durante o processo do DRP, serão trabalhadas propostas para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nessas áreas e também será discutida a viabilidade da implementação de ações concretas”, explica. 
 
Os profissionais serão responsáveis por fazer um reconhecimento junto à comunidade para entender onde estão essas famílias atingidas pelas tragédias, o que elas passaram e quais são os vínculos delas com o território, além de buscar informações sobre rotas de fuga. “O objetivo é a promoção da saúde a partir da perspectiva territorial e do olhar das pessoas que vivem nessas regiões e que sinalizam as vulnerabilidades e potencialidades. A forma como cada morador faz a leitura do território”, diz Marina.